Suíno Light: veja as vantagens da sua criação
Da selvageria à domesticação de porcos, entenda como os produtores chegaram à definição do suíno light e o quanto você pode se beneficiar com este mercado
Até os porcos estão na onda fit. Vindos de Portugal, eles chegaram ao Brasil em 1532, mas, sobretudo desde os anos 60, muita coisa mudou. Se antes a banha do porco era primordial na culinária, hoje é a carne magra dos suínos que atrai consumidores, obrigando os criadores a buscar alternativas para os animais. Já ouviu falar de suíno light?
Conheça, a seguir, o desenvolvimento suíno ao longo dos anos e as vantagens de um rebanho light, que abriu novas possibilidades ao mercado e aos produtores.
Domesticação de suínos
Quando os porcos viviam livres, alimentando-se de pequenos animais e frutas, precisavam se defender de embates, por isso, seus membros dianteiros eram fortes e musculosos. Eram considerados selvagens.
Há aproximadamente 10 mil anos, o cenário mudou. A domesticação dos suínos iniciou a fase do porco tipo banha, gerado pelo confinamento em chiqueiros fechados, oferta de alimento e proteção, evitando os combates, o que reduziu o gasto energético. O acúmulo da gordura era ideal para alimentação do homem, com grande quantidade de banha e carne. Com o crescente uso do óleo, a banha foi perdendo seu espaço, priorizando a carne do animal.
Motivados também pelas exigências da população por um animal com menos gordura, os criadores passaram a criar o suíno moderno, desenvolvido no início do século através do melhoramento genético, com o cruzamento de raças. Inclusive, em 1970, o Teste de Progênie, controlado por associações de criadores em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo é que deu início a este melhoramento genético, usado como parâmetro em todo o território nacional.
A alimentação mais balanceada dos animais, que inicialmente era feita somente com milho, trigo e lavagem, contribuiu para esta valorização. A partir deste momento, com menor teor de gordura na carcaça, a proeminência se concentrou em áreas nobres, como lombo e pernil.
A carne suína passou, inclusive, a ser uma aliada nas dietas de emagrecimento na maior parte dos países europeus, graças aos baixos teores de gordura. Aliás, 65% da gordura é do tipo insaturada, considerada boa para a formação do bom colesterol.
Exigências x valor de mercado para o suíno light
Apesar de inicialmente restrita aos grandes produtores, agora as pequenas propriedades já contam com os avanços que possibilitam a criação de suíno light. As exigências para criação, é claro, só aumentaram. Os porcos são mantidos em instalações confinadas extremamente limpas, desinfetadas e sem qualquer contato com terra. Elas nem de longe lembram os chiqueiros do passado. A vermifugação é quase nula, graças à assepsia do local. Ganha-se em resistência à doenças, eficiência reprodutiva (se antes as porcas produziam ninhadas de 8 leitões em média, hoje é possível manter uma constante de 13) e, é claro, qualidade da carne.
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Ao passo que o produtor tem regras a seguir, a carne ganha mais valor de mercado, se destacando perante o mercado tradicional. Em comparação aos suínos comuns, o suíno light gera uma rentabilidade de venda do animal com 3% a mais no valor pago pelos frigoríficos. Quando o nível de gordura do suíno antes do abate é considerado baixo, há uma compensação neste preço. Outra vantagem é que o suíno considerado light consome aproximadamente 10% a menos de ração, o que reduz custos já nesta etapa.
O mercado tem recebido de braços abertos este produto, já que a aceitação dos clientes aumenta. Alguns cortes de carne de porco são, inclusive, mais leves do que os preparos de boi, frango ou peixe. No caso do lombinho suíno, por exemplo, sua composição divide-se em 75,3% de água, 21,1% de proteína, 2,4% de gordura e 1,2% de minerais. Já 100g de uma picanha bovina grelhada possui 19,5% de gordura e apresenta 0,092% de colesterol.
E aí, que tal incluir a carne suína em seu cardápio?
Equipe TudoVet